segunda-feira, 9 de junho de 2008

ANVISA Cancela vacinação em postos de aeroportos.



Folha de S. Paulo – Cotidiano - quarta-feira, 4 de junho de 2008

Decisão inclui ainda unidades existentes em portos e nas fronteiras do país
Imunização contra a febre amarela, exigida para entrar em alguns países, será feita agora somente em postos de saúde

RICARDO WESTIN DA REPORTAGEM LOCAL - ANGELA PINHO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os viajantes brasileiros que precisam se imunizar contra a febre amarela -exigência para entrar em alguns países- não encontram mais a vacina nos aeroportos, nos portos e nas fronteiras do país.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acabou com o serviço sob o argumento de que vai se concentrar na emissão do certificado internacional de vacinação e na orientação aos viajantes, que inclui dar informações sobre os riscos sanitários dos destinos.

Agora, para viajar para esses locais, as pessoas deverão tomar a vacina em um posto de saúde de qualquer cidade e, depois, solicitar o certificado internacional nos postos da Anvisa. Antes, os dois eram feitos ao mesmo tempo nos aeroportos.

A Anvisa diz que os viajantes não serão prejudicados pela suspensão da imunização nos aeroportos, porque a vacina não pode ser aplicada no dia da viagem, mas com ao menos dez dias de antecedência.

Nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos, em São Paulo, a vacinação foi suspensa no sábado passado. Juntos, os dois locais aplicaram cerca de 52,8 mil doses no ano passado.

Os postos da Anvisa aplicaram no ano passado perto de 176,5 mil doses da vacina.

A gerente de Orientação e Controle Sanitário de Viajantes da Anvisa, Karla Baeta, argumenta também que a vacinação, pela lei, é uma atribuição prioritária das prefeituras e que cabe a elas decidir sobre retomar ou não o serviço.

Especialistas em imunização disseram à Folha que um possível motivo para o fim da vacinação nos postos da Anvisa foi a procura exagerada pela vacina, desencadeada por ao menos 21 mortes por febre amarela entre dezembro e abril.

O governo paulista se disse surpreso com a rapidez do fim do serviço nos aeroportos e portos do Estado. "A suspensão foi muito brusca. Acreditávamos que seria gradativa", diz Clélia Aranda, coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde.

A coordenadora afirma que está discutindo com a Anvisa uma forma de o Estado assumir a vacinação nos aeroportos, como ocorre hoje nos terminais rodoviários do Tietê e da Barra Funda, na capital.

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