sexta-feira, 25 de março de 2011

Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba MANCHA VERDE


Foi uma polêmica que surgiu quando a Torcida Jovem do Santos entrou para o desfile oficial de blocos carnavalescos em 1978. Pouco tempo depois foi a vez da Gaviões da Fiel Torcida seguir o mesmo caminho.

No entanto, o acontecimento cresceu com a transformação da Gaviões da Fiel, de bloco, em escola de samba, caminho que foi seguido mais tarde por outras torcidas, inclusive a própria Jovem-Santos, que tornou-se escola de samba em 2003. Em 1995 a torcida do Palmeiras, Mancha Verde, após ser judicialmente extinta, transformou-se em escola de samba para continuar a existir legalmente. Anos depois, a Torcida Independente foi banida do Carnaval pela UESP após uma briga onde foram mortos integrantes de torcidas rivais.

Em 2004, a Mancha Verde tornou-se campeã do grupo de acesso paulistano, ascendendo para a divisão de elite do Carnaval, mas naquele ano, surpreendentemente, a atual campeã Gaviões da Fiel acabou rebaixada. O termo "escola de samba desportiva" surgiria definitivamente em 2006, quando, com o retorno da Gaviões da Fiel ao grupo principal, o regulamento previamente aprovado previa a criação do "Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas", que abrigaria todas as escolas desportivas que chegassem ao Grupo Especial. Elas então deveriam disputar uma competição em separado, num desfile à parte. Através de acordos e decisões judiciais, ambas as escolas participaram da competição principal em 2006 e 2007(nesse último ano apenas a Mancha desfilou entre as grandes pois a Gaviões da Fiel novamente havia sido rebaixada). Ainda assim, a LigaSP não reconhece as colocações da Mancha entre as outras 14 escolas que participaram do desfile principal, colocando-a numa categoria à parte, onde competiu sozinha e foi declarada bicampeã.

Para 2008, o Grupo das Esportivas foi oficialmente extinto. Esses acontecimentos foram uma tentativa da LigaSP de excluir da competição as duas escolas ligadas a torcidas, por medo de que as brigas entre torcidas organizadas, muito comuns nos estádios de futebol, pudessem se espalhar pelo sambódromo e prejudicar o evento. Até hoje, no entanto, não se tem notícias de incidentes graves e as diretorias de Mancha e Gaviões da Fiel mantém um bom relacionamento.

Outras escolas ligadas a torcidas de clubes de futebol que participam oficialmente do carnaval da cidade, são elas: Dragões da Real, Camisa 12, Torcida Jovem e TUP. Dentre todas as escolas de samba esportivas, somente a Gaviões da Fiel é campeã do Grupo Especial, com 4 títulos. Em 1995 a escola ganhou seu primeiro título com um samba enredo que, até hoje, é cantado pelos amantes do carnaval.

No ano de 2011, a Dragões da Real foi campeã do Grupo de Acesso e garantiu sua participação inédita no desfile do Grupo especial de 2012, fazendo com que três escolas ligadas a times de futebol tivessem direito de desfilar na elite do carnaval paulistano.




Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba X-9 PAULISTANA


Em 2010, A Rosas de Ouro se sagra campeã e conquista seu sétimo título, com o enredo "Cacau: um grão precioso que virou chocolate, e sem dúvida. se transformou no melhor presente!", terminando com a pontuação máxima (270 pontos). Uma grande polêmica se criou em torno do desfile da escola, envolvendo a agremiação, a Rede Globo e a marca de chocolates Cacau Show, graças a um suposto Merchandising que existiria no samba e no título do enredo da escola. Versos da música e o título do desfile foram trocados. A Mocidade Alegre era favorita, ganhou o Troféu Nota 10 e ainda levantou as arquibancadas com o enredo sobre o espelho mas só ficou com o vice-campeonato.

O Vai-Vai que fez um belo desfile já no amanhecer de sábado, conseguiu alegrar o público com seu enredo comemorativo aos seus 80 anos de fundação e também de Copas do Mundo, conseguindo a 3º colocação. Surpresa foi a Mancha Verde que com o enredo "Aos Mestres com Carinho! Mancha Verde Ensina Como Criar Identidade" fez um desfile técnicamente perfeito, conseguiu a melhor colocação de sua história, um expressivo 4º lugar, ficando a frente da co-irmã Gaviões das Fiel que ficou na 5º colocação, enaltecendo o centenário do Corinthians, trouxe em seu desfiles vários jogadores do clube e até a estrela Ronaldo.

Um episódio desagradável acorreu durante a apuração quando integrantes da escola não gostaram de algumas notas baixas dadas e começaram uma confusão onde a apuração teve que ser paralisada por alguns minutos. A Acadêmicos do Tucuruvi supreendeu, fez o melhor desfile de sua história sendo cotada ao título, mas por notas baixas no quesito evolução a escola da Zona Norte acabou na 8º colocação com o enredo "São Luis do Maranhão - Um Universo de Encantos e Magias". Imperador do Ipiranga e Leandro de Itaquera foram rebaixadas. No Grupo de Acesso o favoritismo da Nenê de Vila Matilde se confirmou e a escola se sagrou campeã, voltando para o Grupo Especial junto com a Unidos do Peruche. Outras escolas se destacaram, como a Dragões da Real e o Camisa Verde e Branco. A grande suspresa da noite de domingo foi a Uirapuru da Mooca que fez um desfile sem glamour mas conquistou o sambódromo com um samba irreverente e a bateria ousada, falando sobre os Estados Unidos da América.

Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba IMPÉRIO DE CASA VERDE

No Carnaval de 2000, numa proposta inovadora até então: a história do Brasil foi dividida em 14 partes, e cada escola contaria uma parte. O Carnaval teve duas campeãs novamente: Vai-Vai (que ganhou o tri) com "Vai-Vai Brasil" relativa ao período de 1985-2000, e X-9 Paulistana com "Quem é você? Café", relativo ao período do ciclo do café. Num carnaval disputadíssimo, a Vai-Vai que encerrou os desfiles no segundo dia levantou o público e com um desfile perfeito levou o caneco mais uma vez. Já a X-9 fez um desfilo técnico, e tido como frio, mas chegou ao seu objetivo. Destaques daquele ano Gaviões da Fiel e Leandro. Esta última saiu como grande favorita fazendo um desfile surpreendente, o que despertou o sonho na comunidade da Zona Leste de ganhar o primeiro título tão esperado, mas a escola perdeu nos últimos quesitos, e a derrota ocasionou a saída da intérprete Eliane de Lima.

O Carnaval de 2001 foi até então o maior. Com duas campeãs, Vai-Vai (tetra) e o grande destaque do ano, a Nenê. Depois de 4 carnavais batendo na trave, a escola quebrou um jejum de 15 anos. A saracura falou de luz, e a Nenê cantou a participação do negro na história levantando a arquibancada no final do segundo dia de desfiles. Destaques do ano vão para Leandro de Itaquera, que levou uma serpente de mais de 100 metros para a avenida, o que prejudicou a evolução da escola, dando a ela só um 8º lugar, e Tucuruvi que fez um desfile aclamado por toda a cidade, falando sobre o nosso carnaval, mas que teve problema com um carro ao final de desfile, que ficou no meio da passarela, tirando a possibilidade de chegar ao desfile das campeãs e ao título. Gaviões da Fiel e Rosas fizeram desfiles bem elogiados pela crítica, já a Mocidade apresentou um samba confuso e não agradou.


Em 2002, a Gaviões da Fiel venceu o Carnaval com o enredo "Xeque Mate", com o destaque para o Camisa, que ganhou o vice-campeonato com um enredo sobre o número 4, levando a festa para a Barra Funda. Nenê, Rosas e Leandro também foram bem elogiadas nesse ano. A X-9 perdeu 6 pontos por atraso no desfile, o que lhe custou o título, pois empatou em pontos com a Gaviões da Fiel, punição até hoje lamentada pela comunidade que se auto-proclamou campeã e acrescentou mais uma estrela ao seu brasão. Retornava ao Grupo Especial um destaque dos anos seguintes, a Unidos de Vila Maria.

Em 2003, a Gaviões da Fiel venceu e conquistou o bicampeonato, com o enredo "As Cinco Deusas Encatadas na Corte do Rei Gavião", que falava sobre as cinco regiões brasileiras. Um dos destaques para esse ano foi o empate entre a Águia de Ouro e a Império de Casa Verde, ambas ficariam entre as escolas que cairiam. Como não havia critérios de desempate até então, foi decidido que nenhuma cairia, passando São Paulo ter 16 escolas de samba no grupo de elite. Mas o grande destaque do ano foi a Mocidade que fez um desfile que ajudou a reescrever a história do carnaval paulistano. Falando sobre a água, a escola da Zona Norte levantou o público e levou o vice, depois de alguns anos de baixas colocações. A Leandro de Itaquera gerou polêmica ao trazer em uma jaula no abre-alas encenações de sexo. O Camisa Verde também foi destaque com um grande desfile que levou a arquibancada ao delírio.

Em 2004, uma surpresa, o Império de Casa Verde com seu enredo "O Novo Espelho de Narciso. Um Delírio Sobre os Heróis da Mitologia Paulistana", conquistava um expressivo terceiro lugar, a frente de escolas tradicionais e favoritas naquele ano, como a 4ª colocada Nenê e a 5ª colocada Rosas. AGaviões da Fiel conseguiu um feito inédito: ser rebaixada após um bicampeonato, por causa de um dos episódios mais trágicos do carnaval paulistano, uma quebra assustadora de um carro. Vai-Vai também sofre um grande golpe e perde colocações, terminando numa 11ª colocação inexplicável. Quem venceu foi a Mocidade Alegre, falando sobre São Paulo (tema único), com o enredo "Do Além-mar à Terra da Garoa… Salve esta gente boa.", um dos desfiles tidos como o mais aclamado da história por público e crítica. Outro destaque foi a Imperador do Ipiranga, que teve um samba considerados um dos melhores do carnaval da São Paulo até então.

Em 2005, um ano de surpresas, o histórico samba-enredo do Império de Casa Verde "Brasil: Se Deus é por nós, quem será contra nós", que falava sobre o fim do mundo mas com alguma esperança, deu para a escola seu primeiro e inesperado título do carnaval paulistano. Ganhou polêmica devido a uma "apologia ao crime", quando em um de seus carros tinha uma escultura do bicheiro e patrocinador da escola: Francisco Plumari Júnior, mas conhecido como Chico Ronda, falecido no ano anterior. Outra surpresa ficou por conta do Rosas de Ouro, que foi um dos grandes destaques daquele ano. Apresentando "Mar de Rosas", um dos grandes desfiles do carnaval da cidade, a escola amargou inexplicavelmente o 7º lugar. Vila Maria também foi destaque e surpresa com seu primeiro grande desfile no Grupo Especial. Mocidade emocionou mas não levou, falando sobre Clara Nunes. Outra surpresa ficou por conta da Nenê, que também apontada como favorita levou somente o 9º lugar, pior colocação da história da escola até o momento. Mas a maior surpresa veio da Bela Vista. O Vai-Vai que saiu como franca favorita ao título (ao lado do Rosas), falou sobre a imortalidade. A escola do Bixiga arrastou o público mas amargou um quinto lugar, o que causou revolta na sua comunidade, que se negou a desfilar nas campeãs. Os resultados desse ano causaram uma briga entre os presidentes de Império e Vai-Vai ao final da apuração.

Em 2006, veio o bicampeonato do Império, com o enredo "Do Boi Místico ao Boi Real - De Garcia D'Ávila ao Nelore - O Boi que come capim - A Saga pecuária do Brasil para o Mundo". O título foi contestado por muitas agremiações e críticos, pois até erro de português no samba-enredo nota 30 foi encontrado. Vai-Vai novamente levanta a multidão e leva o vice com o enredo "São Vicente. Aqui começou o Brasil". Mocidade Alegre emociona, é favorita mas fica com o terceiro. O destaque da escola naquele ano foi a Rainha da Bateria Nani Moreira, famosa em todo o Brasil por suas performances, acabou sofrendo um acidente pirotécnico com sua fantasia que pegou fogo na avenida e teve queimaduras graves, mas continuou sambando até o final. Nenê que prometia alegorias grandiosas, teve problemas com peso e uma quebra sequencial de 4 carros levou a escola ao 11º lugar. Para diminuir o número de escolas para o ano seguinte, a Liga decide rebaixar 4 escolas, entre elas 3 grandes, Leandro, Camisa e Gaviões da Fiel. A Leandro apresenta um samba tido como um dos melhores, mas faz um desfile médio, e num carnaval disputadíssimo acabou caindo. O tradicional Camisa, emociona o público falando sobre o vinho, mas leva um nota 8,5 de bateria, o que acaba rebaixando a escola. A Gaviões da Fiel é rebaixada novamente, e novamente em último lugar. A Mancha Verde desfilou sozinha no grupo de escolas de samba desportivas, sendo campeã e única no gênero pois a Gaviões da Fiel conseguiu na justiça o direito de se desligar de tal grupo e disputar o título com as outras agremiações, mas a escola alvi-verde faz um dos desfiles mais emocionantes da era sambódromo.

Em 2007, a bicampeã Império faz um desfile triunfal com o enredo "Glórias e Conquistas - A Força do Império está no salto do Tigre", apostando no luxo e gigantismo a escola é tida como favoritíssima ao título do ano, mas amargou um quinto lugar. A Unidos de Vila Maria conquista seu melhor resultado em toda sua história: um expressivo 2° lugar com o enredo "Vila Maria: Canta, Encanta com a minha história… Cubatão a rainha das serras". Com um desfile que emociona o público e conquista a crítica a Vila perde por pouco. O vencedor foi a Mocidade, com o enredo "Posso ser Inocente, Debochado e Irreverente… Afinal, Sou o Riso Dessa Gente", surpreendendo a maioria dos críticos. Um grande destaque deste ano foi a Águia de Ouro, que vinha apresentando bons desfiles anteriormente, mas chegou ao seu ápice em 2007. falando sobre artesanato, a escola da Pompéia levantou a arquibancada de um forma nunca vista na década de 2000, foi indicada como favorita pela crítica, e liderou boa parte da apuração, mas perdeu no quesito Evolução, e ficou com o 4º lugar.

Em 2008, a Vai-Vai vence pela décima terceira vez, com o enredo "Acorda Brasil! A saída é ter esperança". A agremiação da Bela Vista levou todo o público à loucura, que correspondeu fazendo uma emocionante e espontânea coreografia na arquibancada, nunca vista antes no carnaval brasileiro. Outra favorita era a Vila Maria, que como o Império no ano anterior apostou no gigantismo, trazendo o maior carro alegórico da história do carnaval brasileiro. Com muito luxo e um samba contagiante a Vila conquista o público, mas leva só o terceiro lugar com o enredo "Irashai-Mase, milênios de cultura e sabedoria no centenário da imigração japonesa". A Mocidade ganha o vice, retomando o enredo sobre a Cidade de São Paulo, e a Tom Maior tem seu melhor resultado, um 5º lugar, com o mesmo tema. Rosas de Ouro também leva o status de favorita, falando sobre perfume, com muito luxo e interação do público, a escola conquista um lugar nas campeãs. A Gaviões da Fiel faz um péssimo desfile, considerado pelos críticos pior do que os de 2004 e 2006, mas levanta a arquibancada e se mantém no Grupo Especial. Águia de Ouro sofre com a quebra de um carro, e acaba sendo rebaixada. A esperada volta do Camisa decepciona, e a escola acaba rebaixada pela 3ª vez em sua história. Algumas escolas de samba se sentiram coagidas com o resultado inesperado gerado pelos descartes de notas na apuração, alegando que se não houvesse tal critério, o resultado de classificação seria diferente, e por esse motivo as escolas de samba Vai-Vai, Gaviões da Fiel, Império de Casa Verde, Pérola Negra, Mancha Verde, Imperador do Ipiranga, Unidos do Peruche, Dragões da Real e Camisa Verde e Branco se unem e criam uma entidade paralela a liga das escolas de samba de São Paulo, a Super-Liga.

Em 2009, a Mocidade vence com o enredo "Da chama da razão ao palco das emoções… sou a máquina, sou a vida… sou o coração pulsando forte na avenida", com luxo e raça a escola leva o caneco. A Vai-Vai foi com um tema atual "Mens sana et corpore sano - O Milênio da Superação", que falava sobre saúde e higiene, mas acabou em segundo. Rosas de Ouro e Gaviões da Fiel Torcida, conquistaram seus melhores resultados desde 2004. Mas os grandes destaques do ano foram Pérola Negra e Tom Maior, escolas que apresentaram sambas impecáveis, desfiles emocionantes e plasticamente perfeitos, mas acabaram em 9º e 11º lugar, respectivamente. O destaque negativo ficou por conta das tradicionais: O Camisa não conseguiu acesso para o Grupo Especial , A Unidos do Peruche amargou o último lugar e caiu. Mas o maior choque foi a queda de umas das maiores escolas de samba do carnaval brasileiro, a Nenê de Vila Matilde. A escola da Zona Leste sofreu com problemas internos como brigas com o carnavalesco, quebras de carros, inversão nas alas e falta de fantasias. Nem o melhor samba do ano "60 anos - coração guerreiro, a grande refazenda do samba"(que falava sobre os 60 anos da escola) e a bateria mais famosa de São Paulo, que tiraram as maiores notas, foram suficientes para segurar a escola, que disputou o carnaval 2010 no acesso, pela primeira vez em sua história.

Grêmio Recreativo escola de samba NENÊ DE VILA MATILDE


O ano seguinte foi marcado pelo fator tempo, assim como em 1983, choveu quase a noite toda, e o que se viu, foram escolas do calibre de Nenê de Vila Matilde, passar um dos piores momentos da sua história, com problemas de bastidores: o carnavalesco Antônio Carlos brigou com componentes da escola dias antes do desfile e na hora de levar os carros alegóricos para a Av. Tiradentes, os Matildenses encontram duas carretas impedindo a saída das alegorias de seu próprio barracão; como resultado a escola fica em 8º lugar a 1 ponto do rebaixamento. Outros fatos marcantes foram o desfile plano da escola Pérola Negra, a chegada da Gaviões da Fiel e o primeiro empate da era moderna do nosso carnaval. Mostrando uma grandiosidade nas escolas de calibre como Rosas de Ouro, Unidos do Peruche e Vai-Vai, agremiações que trouxeram alegorias gigantescas e bem feitas, brigaram ponto a ponto… O Camisa Verde e Branco que corria por fora acabou empatada com a escola de Eduardo Basílio e as duas levaram o título.

Para 1991, ficou reservada a estreia do Sambódromo do Anhembi, construído as pressas pela Prefeita Luiza Erundina, mal iluminado, e com algumas arquibancadas tubulares e de madeira, a pista era menor com cerca de 521m, e mais larga em relação a passarela antiga, fica estipulado o fim de 1h20min de desfile, e passa a ser em 1h10min. Outra mudança foi o fim do quesito Letra do Samba, que assim juntava-se com melodia e se tornava Samba-Enredo. A estréia ficou por conta da Passo de Ouro, que em 1997 se fundiu com a X-9 Paulistana, mais 1991, foi marcado mais uma vez pelo salto em qualidade das escolas, talvez a maior evolução daquela noite ficou claro no desfile de Nenê de Vila Matilde com Tito Arantes de carnavalesco, e pela Leandro de Itaquera com Pedrinho Pinotti, ambas escolas da Zona Leste vieram com alegorias grandes e bem acabadas, mais o azar ficou por conta da escola da Vila Matilde que pegou um verdadeiro "pé d'água", que prejudicou muito o desfile, e o mais interessante e que a chuva parou no fim do desfile da escola. Já a Leandro teve sua melhor colocação no grupo especial até hoje, um 4º lugar. As favoritas da noite eram Vai-Vai, Rosas de Ouro que trazia o enredo "De Piloto de Fogão, a Chefe da Nação", homenageando as mulheres e a escola Camisa Verde e Branco que trazia o tema "Combustível da Ilusão", alusão a Cerveja, correndo por fora veio a escola Leandro de Itaquera, mostrando um crescimento muito rápido. O resultado foi um empate entra Camisa e Rosas novamente.

Para 1992 fica abolido o sistema de sorteio por qualificação , a azarada foi a Rosas de Ouro, que ainda teve que pegar a arquibancada fria, mais não foi bem isso que vimos ao longo do desfile. Na maior homenagem que a nossa cidade recebeu no carnaval a Rosas tira Tito Arantes da Nenê, e com o enredo Non Dvcor Dvco - Qual é a Minha Cara? a escola canta um dos sambas mais lindos de toda história de nosso carnaval e de remate, emociona toda passarela, com uma evolução perfeita e excelente conjunto de fantasias, a escola fica com um merecido campeonato, apesar de ter problemas nas notas. Escolas como Camisa Verde e Branco e Nenê de Vila Matilde, reclamaram muito esse título, a ponto de Seo Nenê rasgar notas, e o Camisa ir a justiça.

Em 1993 houve várias mudanças em relação a estrutura do Sambódromo, começa as obras nas arquibancadas A, os setores C,D e E passam por reformas, e trocado os refletores,e a pista fica mais iluminada. Chegadas do acesso vem Imperador do Ipiranga, que não participava desde 1988 e Acadêmicos do Tucuruvi, não houve rebaixamento em 1992 graças aos problemas com as notas, a LIGA decide manter Colorado do Brás e Barroca Zona Sul. As trocas foram a saída de Osvaldinho na Nenê, para o cargo de carnavalesco chega Renato, a Gaviões da Fiel conta com Raul Diniz, Pedrinho Pinotti sai do Leandro de Itaquera e vai para o Colorado do Brás. No microfone aparece Serginho K.T na Imperador, Djalma Pires no Tucuruvi, Armando da Mangueira, Márcia Ynaiá e Dom Marcos no Nenê. O Barroca traz um grupo de pagode para o microfone o Arte Final. Sendo assim o ano fica marcado por vários fatos, o primeiro acontece no Imperador, com uma série de problemas no transporte dos carros até o Anhembi, muitas alegorias desfilam com problemas, a escola que deveria vir com 10 alegorias vem com 6. O Mocidade Alegre, que traz um argentino para o cargo de carnavalesco, cantando sobre o Líbano, também tem problemas, como resultado a escola tenta afastar as grades que marcam o tamanho certo da avenida, causando briga entre os diretores de harmonia da escola com outros diretores das diversas escolas. Mais com um samba muito bonito e de melodia perfeita a escola perde o título graças a uma punição. A Gaviões da Fiel, mostra pela primeira vez sinais de sua grandeza, com uma comissão extremamente luxuosa, e com alegorias bem acabadas, contando a história da chave ao longo dos tempos, a escola perde também por detalhes. Camisa Verde, Rosas e Vai-Vai novamente apontam como favoritas. Como resultado um empate entre Vai-Vai e Camisa, rivais no passado, cantam juntos no estacionamento do Anhembi.

Em 1994, ficará marcado para sempre no nosso samba, por inúmeros fatores, o primeiro foi a saída de Thobias da Vai-Vai. Desde 1986 no microfone da escola, ele briga com diretores e fica sem cargo para 1994. A chuva torrencial que caiu no Anhembi, causando infinitos problemas a todas agremiações, e a indefinição dos pontos, mais de 70% das escolas tiveram descontos. E também contamos com JURADOS VIP, Ronaldo Ésper, Pedro de Lara entre outros, avaliam nosso desfile. De tão confuso sobem para este ano duas estreantes Unidos de São Miguel e Primeira da Aclimação, uma traz Gogó do Gato no microfone e Mestre Lagrila no comando da bateria, e a outra traz um conhecido das Eliminatórias mais desconhecido do público geral até então Lello Garoto.

No começar dos desfiles chega a Unidos de São Miguel, uma escola enorme da Zona Leste mas que nunca havia conseguido desfilar com as maiores da cidade, com um belo samba e fantasias com um relativo luxo, faz uma boa estreia. A Primeira da Aclimação, cantando o Vinho faz um dos piores desfiles que o Anhembi já viu, com alegorias extremamente ruins, mal feitas, e fantasias terríveis, a escola contou somente com a garra, a bateria teve vários erros a ponto de no fim do desfile o presidente vir as lágrimas. A terceira a desfilar é Unidos do Peruche, com um enredo que contava a história da visita de Xangô ao Reino de Oyó, a escola sofre com um verdadeiro dilúvio, perde vários carros ao longo da passarela, praticamente começa a se desintegrar pela avenida, estoura o tempo e perde 14 pontos, causando a indignação do presidente Osmar. Mocidade Alegre, traz para a avenida o apelo pela junção dos povos latinos americanos, mais uma que conta com infinitos problemas, carros deixados na concentração e muitos problemas de harmonia. Chega talvez uma das mais prejudicadas naquele ano, a Leandro de Itaquera, fazendo um desfile de raça, canta o Tietê, passa inteira na avenida, sem problema algum, com belas fantasias e uma primorosa apresentação de Eliana de Lima, mais graças ao pouco entendimento dos jurados vip, que tinham tendência a ajudar as escolas mais tradicionais, a Leandro nem se quer brigou pelo título, merecendo ao menos um 3º lugar a escola fica em 5º muito distante da 4ª Mocidade Alegre.

Tentando re-editar a apresentação de 1993, onde fez uma apresentação maravilhosa alcançando uma vaga no desfile das campeãs, a Acadêmicos do Tucuruvi, vem com o enredo falando das Calçadas da Lapa, integrantes vem segurando ás letras à frente da escola no lugar do abre-alas que quebrou momentos antes de entrar na pista, com uma evolução completamente estranha, onde os integrantes não ocupavam toda a avenida, a escola praticamente faz um dos piores desfiles de toda história da era Anhembi, com apenas 2 carros desfilando (onde o previsto eram 7). A próxima era a Rosas de Ouro, cantando um samba em homenagem a cantora Angela Maria intitulado "Sapoti", o desfile foi marcado pelas alegorias incompletas, muito integrante desfilando sem fantasia completa, a troca de ordem das alas, dois carros quebrados, leva o título sem merecer, contou com a sorte das notas 10 dadas pelos "Jurados Vip". A Camisa Verde e Branco, traz o enredo falando sobre o sonho do povo em ser sempre jovem, mais uma escola que conta com alegorias quebradas, e muitas falhas gerais, fica num 3º lugar muito contestado. A polêmica maior fica por conta da Vai-Vai, com alegorias se desfazendo pela pista, erros graves de Agnaldo Amaral, atravessadas da bateria, a escola canta Inã-Gbé, perde 17 pontos por estouro de tempo, apresentar riscos ao público com a comissão de frente soltando chamas (tentando né, graças a chuva não foi possível) a escola é claramente beneficiada por uma jogada momentos antes da apuração ao ver a Barroca sendo punida com 2 pontos, e se salvando de um rebaixamento por 0,5 ponto. A 10º a ir para a pista é a Nenê de Vila Matilde, a escola leva uma relativa sorte, por pegar apenas uma garoa durante o desfile, outro fator sorte foi a de vir sem plumas, mais toda em acetato, o que ajudou no fator chuva , a única falha foi não ter apresentado o enredo no tempo certo, perdendo 2 pontos. Chega num sexto lugar muito contestado, prejudicada também pelos "Jurados Vip". A 11ª a ir para a pista é a Barroca Zona Sul, contando com um céu azul, após uma noite de chuva a escola tem um revés triste, a Porta Bandeira 1 desfila sem pavilhão, com um conjunto muito simples, mereceria o rebaixamento em causas normais, mais foi claramente prejudicada por uma jogada de bastidores, onde foi punida por 2 pontos por um dos merendeiros estar sem a camisa de identificação da escola. Rebaixamento até hoje muito contestado no mundo do samba Por último fechando a noite vem Gaviões da Fiel com o dia plenamente claro, a escola conta a história do Fumo ao longo dos tempos, traz um conjunto lindo, belas fantasias e harmonia impecável, foi prejudicada por um jurado que deu nota 6 em harmonia e nota 7 em bateria, tirando a expectativa de título. Até hoje integrantes protestam muito e dizem que os verdadeiros campeões de 94 foram eles! A lição que se tirou de 94 foi grande, a primeira foi a construção de alegorias, que deixaram de ser construídas somente sobre os eixos, começou a se usar chassis para a estrutura. A 2ª foi o uso de materiais melhores e mais resistentes a água. A partir de 94, as punições começaram a ser pequenas, e foi revisto todo regulamento.

Em 1995, a Gaviões da Fiel Torcida ganha seu primeiro título com um dos sambas enredo com reconhecimento "Coisa boa é pra sempre" que falava sobre a infância. A Gaviões da Fiel emocionou o Brasil todo com o samba e o desfile, que é tido como um dos maiores da história do carnaval de São Paulo. Outra escola que emocionou a avenida foi a Nenê de Vila Matilde, que vinha mordida dos últimos anos, e cantou "Eu Te Amo", levando o Anhembi ao delírio no amanhecer. O problema é que a escola entrou com muito tempo de atraso, pois a Liga disse ter tocado o alarme avisando que o desfile da escola havia começado, mas que os componentes não ouviram porque a bateria estava tocando alto demais. Ao permanecer por cerca de metade do tempo hábil de desfile esperando para entrar na avenida, a Nenê perdeu muito tempo, mas conseguiu terminar o desfile no tempo correto. A escola foi prejudicada pela correria e terminou só com um 6º lugar, mas com certeza brigaria com a Gaviões da Fiel pelo título daquele ano. Outro fato importante foi o surgimento de uma novata, X-9 Paulistana, que anos depois entraria para o grupo das grandes.

Em 1996, a Vai-Vai ganhava mais um título com "A rainha, a noite transforma", falando sobre a rainha da noite - Lilian Gonçalves. O título deste ano foi incontestável com uma grande apresentação da Escola da Bela Vista. O outro fato importante do ano foi a queda do Camisa Verde e Branco, que assustou o mundo do samba, a escola teve problemas dentro e fora da avenida, e acabou sendo rebaixada juntamente com a Pérola Negra que veio com o enredo ”Navegar é preciso”. O destaque cômico foi para a Nenê, que tinha planos ambiciosos de entrar com a maior águia no abre-alas de todos os seus carnavais, mas as asas da ave (de 6 metros cada uma) não passaram pelo 1º arco do sambódromo , e a águia entrou na avenida sem asas.

1997 foi o ano da novata antes citada, estando só desde 95 no Grupo Especial a X-9 Paulistana, com "Amazônia, a dama do universo" ganhou seu primeiro título, título para alguns merecido e para outros contestável, pois aquele ano foi um ano de grandes desfiles por parte de duas das mais tradicionais escolas de São Paulo, Nenê e Vai-Vai. A escola da Zona Leste trouxe para a avenida "Narciso Negro" que é tido como um hino para os negros da cidade de São Paulo, e um dos grandes sambas da escola, mas ficou com o terceiro lugar. Falando sobre Minas Gerais e a Inconfidência Mineira, a Vai-Vai também sacudiu a avenida, e abocanhou um vice-campeonato.

O carnaval de 98 teve como grande vencedora a Vai-Vai, com "Banzai Vai-Vai", relativo aos 90 anos da Imigração Japonesa para o Brasil. É tido com o maior desfile da história da escola até o momento. O Camisa naquele ano voltava ao grupo das grandes, e falando sobre a Fotografia chegou ao 3º lugar, mostrando a força da escola da Barra Funda. A Mocidade Alegre veio com o enredo "Essas Maravilhosas Mulheres Ousadas" e um desfile ousado chegou ao 4º lugar. Já a Nenê mordida de 97, fez uma homenagem a Estação Primeira de Mangueira, a grande rival de sua madrinha Portela, no Rio de Janeiro. Com direito a bateria de um surdo só e velha-guarda da verde e rosa, a escola chegou ao vice-campeonato.

O carnaval de 99 foi o maior até então. Mas, no geral duas escolas se destacaram, Vai-Vai e Nenê novamente. A escola da Bela Vista cantou "Nostradamus" e com um desfile de forte impacto visual, conhecido como "o desfile das caveiras", a escola chegou ao título. A Nenê arrastou a arquibancada falando sobre seus 50 anos, e saiu como grande favorita, liderou a apuração, mas perdeu no quesito alegoria por causa de uma escultura quebrada. A surpresa ficou por conta da Gaviões da Fiel, que acabou dividindo o título com a Saracura, e sobrou para a Nenê a terceira colocação.

Sociedade ROSAS DE OURO (Samba na década de 80)


Na chegada dos anos 80, a Mocidade Alegre vence com o enredo "Embaixada, Sonho de Bamba", um dos maiores sambas da história; vence as eliminatórias paulistas do Fantástico, e foi apresentado ao país todo. Nesse mesmo ano marca a primeira aparição de uma garota de 19 anos ao microfone de uma pequena escola de samba da Zona Leste, ela é Eliana de Lima, que puxa a escola Príncipe Negro da Vila Prudente. Mas não se deixem enganar, a primeira puxadora de samba em São Paulo foi Ivonete da Acadêmicos do Peruche, e logo após em 1977 aparece outra grande puxadora, Bernadete na Acadêmicos do Tatuapé. Em 1981 e 1982, a Vai-Vai, é campeã de forma incontestável, talvez sendo um pouco ofuscada pela Nenê de Vila Matilde, que traz sambas épicos nesses dois anos "Axé, Sonho De Candeia" em 81 e "Palmares, Raiz da Liberdade" em 82, chegando ao vice-campeonato com este último. O ano de 1982 também marca a chegada de Dom Marcos, como puxador da Cabeções da Vila Prudente, e Royce do Cavaco, auxiliando Tunicão, na Rosas de Ouro.

O ano de 1983 é marcado pela vitória da Rosas de Ouro, num ano em que a chuva foi o fator marcante; a "Roseira", balançou a Tiradentes, com o enredo "Nostalgia", cantando São Paulo antiga. O presidente Eduardo Basílio, como estigma de sorte abandona enredos africanos e aposta na linha de fazer carnavais tipicamente paulistanos. Durante esse ano, a escola Flor de Vila Dalila, no seu primeiro ano traz o samba "Exaltação ao Criador", famosíssimo entre os sambistas da cidade, e graças a aceitação popular, conquistou um surpreendente 7º posto. E novamente a Nenê traz um samba que se torna um dos hinos do Carnaval de São Paulo. "Gosto é Gosto e Não Se Discute" foi aclamado pelo público e crítica, e ajudou a escola a emplacar umas das melhores trilogias de sambas do carnaval paulistano.

Em 1984, o que marca é novamente Rosas de Ouro, com o enredo que contava a história da Faculdade de Direito do Largo São Francisco em São Paulo, a escola chega ao bicampeonato. Talvez esse seja o ano mais disputado da história do samba paulistano, onde na disputa tranquilamente poderíamos ter 6 escolas brigando cabeça a cabeça pelo título, o que engrandeceu mais ainda essa conquista da Rosas de Ouro. Mas o samba em si, não teve grande aceitação popular, o samba mais cantado daquela noite foi o da União Independente da Vila Prudente, que trazia como tema Elis Regina. Outro fato que marcou o carnaval de 1984, foi a recém-chegada Águia de Ouro, com carros imensos, contando a história do Teatro, e com a promessa Royce do Cavaco, a escola foi muito aplaudida, a ponto de ser apontada até como favorita, mais pouco compreendida e sofrendo um claro boicote por ser uma novata caiu, o que até hoje é motivo de protesto lá pelas bandas da Pompeia.

O ano seguinte (1985), uma surpresa, a Secretária de Turismo, Anhembi e UESP, se unem junto as entidades que promovem a festa no Rio de Janeiro, e promulga: "O Vencedor do Carnaval Paulistano vai desfilar no Rio de Janeiro". A correria foi geral, o luxo tomou conta de todas as escolas, houve um esforço tremendo de todos, e a campeã foi a Nenê de Vila Matilde, acabando assim com uma fila que durava 15 anos sem título e se torna a primeira e única escola paulistana a desfilar na Sapucaí, e com muito mérito, pois até aquele ano a Nenê era a escola com mais títulos do carnaval de São Paulo, havia conquistado 10 até o momento. Mas naquela noite, talvez o que poucos sáibam, é que a aclamada da noite foi a Barroca Zona Sul, escola criada por Pé Rachado, grande baluarte do samba paulistano, ex-presidente da Vai-Vai. Com o enredo "Chico Rei - O Esplendor de Uma Raça". O fator que tirou o título da escola foi o atraso no tempo, que tirou 6 pontos, e afastou qualquer possibilidade de campeonato. Outra curiosidade foi a Unidos do Peruche, que tira Eliana de Lima da Barroca Zona Sul, e com o samba "Água Cristalina", conquista o Brasil e vence o concurso do Fantástico.

Em 1986, a campeã é a Vai-Vai e surge ali Thobias da Vai-Vai, um fenômeno. Talvez a notícia triste ficou por conta da cisão que as agremiações tiveram com a UESP, em uma briga entre Eduardo Basílio, Chiclé do Vai-Vai, Inocêncio Thobias e Seu Nenê surge a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, muda-se o nome do desfile principal, que passa a se chamar Grupo Especial. Nenê de Vila Matilde e Unidos do Peruche, ficam na UESP, mais perdem muita força entre as grandes, ficando para segundo plano.

Em 1987, fica marcada a safra genial de sambas, e o aparecimento de agremiações como Acadêmicos do Tucuruvi e Colorado do Brás (que chegou em 1986), a disputa mais uma vez é grande, Unidos do Peruche aparece com um jeito novo de evoluir (o jeito que hoje se evolui), larga a mão do "zigue-zague", traz alegorias e fantasias fora do padrão paulistano, graças ao intercâmbio que o presidente Walter Guaríglio fazia constantemente ao Rio de Janeiro. Camisa Verde e Branco com a ousadia do Mestre Divino traz a "Bateria de um surdo só", copiando fielmente a Mangueira, Mocidade Alegre chegou com o samba mais bonito da história cantado na primeira pessoa "50 Anos de Comunicação - Moraes Sarmento" e o Vai-Vai e o Nenê de Vila Matilde sambaram muito e tiveram seus sambas cantados e aceitos pela crítica. Mais a campeã no detalhe foi a Vai-Vai, graças a uma falha que tirou o título do Camisa Verde e Branco, onde uma alegoria se quebrou em frente a cabine de julgamento de alegoria.

No ano do centenário da abolição, se estudou um tema único para todas as escolas, mais a ideia não foi para frente causando um alívio geral aos carnavalescos das escolas. Em 1988, ficou marcado o crescimento absurdo do Unidos do Peruche que traz para a passarela paulistana, o maior intérprete da história Jamelão. Outros fatos que marcaram muito foi o Colorado do Brás, que com o maior samba depois de "Narainã - A Alvorada dos Passáros" do Camisa Verde em 77, vem sem alegorias, somente com seu abre-alas e alguns tripés, cantando "Quilombo Catopês do Milho Verde - De Escravo à Rei da Festa", Flor de Vila Dalila, que traz ao microfone Carlinhos de Pilares, o já consagrado intérprete carioca, Nenê de Vila Matilde traz naquele ano um dos sambas mais amados pela sua comunidade, "Zona Leste Somos Nós" falava sobre a região que a escola representa, região mais populosa e pobre da cidade, mas a escola teve mudanças, contratou Chuveiro no lugar de Armando da Mangueira, que na escola da Zona Leste estava desde 1979, tendo passagem entre 1968 até 1975, onde foi para a Unidos do Peruche reeditar a parceria que fazia com Jamelão na década de 60. Camisa Verde e Branco, traz pela última vez, "Dona Sinhá", que muito doente faz questão de desfilar pela escola, a escola é a primeira a trazer alegorias iluminadas à "Luz Neon" em São Paulo. Com o enredo " Boa Noite São Paulo - Um Convite Para Amar", a escola belisca um tri-vice. O samba-enredo do Rosas de Ouro, puxado por Royce do Cavaco, vira um clássico, eternizado em transmissões esportivas (por meio do refrão Pra frente é que se toca a bola. E a bola rola trazendo emoção...). Já o troféu vai para o Vai-Vai, fazendo um desfile arrebatador, e perfeito com o tema "Amado Jorge - A História da Raça Brasileira"
Em 1989, ouve mais uma vez um assombroso salto, mais não de todas escolas, mais especialmente de uma…Unidos do Peruche. A escola vinha a anos fazendo intercâmbios no Rio de Janeiro, crescendo desde 1985, em 1989 ela atinge o apogeu com "Os 7 Tronos dos Divinos Orixás", contando com ícones como Joãosinho Trinta, Laíla e Jamelão, a escola causa talvez o maior impacto que a Avenida Tiradentes já viu, com alegorias grandiosas, e uma qualidade sem igual em fantasia, o Peruche foi soberano a ponto de todas as escolas que vieram a seguir não passar de 278,00 pontos, de tão tamanha que foi a superioridade. Mas, mesmo vindo como franca favorita, o Peruche perde para um forte conjunto do Camisa Verde e Branco, e por falhas de Jamelão, que pouco acostumado com o nosso carnaval, atrapalhou-se alguma vezes durante o desfile prejudicando assim a trajetória da escola. A outra surpresa da noite fica por conta da Leandro de Itaquera, que ao chegar do Grupo 1, traz Eliana de Lima e o enredo "Babalotim, a História dos Afoxés". O samba e a bateria foram o ponto alto do desfile, e a interpretação da puxadora Eliana de Lima desse samba que é um primor de composição, considerado um dos melhores da história do carnaval.

Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba MOCIDADE ALEGRE


Durante a década de 60 várias agremiações mostram um crescimento, as de mais destaque no cenário paulistano são Unidos do Morro de Vila Maria hoje Unidos de Vila Maria, e Unidos do Morro da Casa Verde hoje Morro de Casa Verde, ambas presididas por Xangô e Zeca da Casa Verde respectivamente. No ano de 1965, o carnaval dá o primeiro passo à profissionalização… Com a adesão de Moraes Sarmento, os desfiles passam a ser transmitidos por rádio, e ganham o respeito das instituições de cultura da cidade, até que em meados de 1967, o então prefeito Faria Lima, regulariza os desfiles para a Avenida São João, e assina a lei que torna a festa oficial, sendo então cuidada pela Secretaria de Turismo. Nos primeiros 3 anos, mais um tri-campeonato da Nenê de Vila Matilde.


Na década de 70, chegam escolas "novas", a primeira foi a Mocidade Alegre, antes um bloco, presidida por Juarez da Cruz, passa por todos os grupos inferiores até que em 1971, recém-chegada ao Grupo 1, vence o carnaval e se torna tri-campeã, surpreendendo a velha guarda do samba paulistano. Num jeito corsino de evolução, mais apresentando uma técnica completamente nova na construção de alegorias e fantasias, foi uma referência durante os anos em que venceu. O ano de 1972 foi marcante pela morte definitiva dos cordões: Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Paulistano da Glória, Fio de Ouro não recebem mais apoio da prefeitura, e graças ao reconhecimento pela grandiosidade no segmento que elas então participavam, as maiores campeãs (Vai-Vai, Camisa Verde e Branco e Fio de Ouro), recebem um convite para participar do desfile principal de escolas, e já no primeiro ano todas elas surpreendem, a ponto do Camisa Verde e Branco, acabar com a série da Mocidade Alegre, e conquistar um tetra-campeonato entre 1974-1977, e a partir daí, o que se viu foi um domínio das escolas corsinas, em 1978 com o enredo " Na Arca de Noel, Quem Entrou Não Saiu Mais ", o Vai-Vai vence e conquista seu primeiro título entre as escolas. Já no ano de 1979, com o excelente samba "Almondegas de Ouro", o Camisa Verde e Branco novamente se torna campeão, ratificando assim, o título de maior escola de samba da década de 1970, além desse marco histórico do Camisa, neste ano a novata agremiação Pérola Negra com o enredo Carnaval, Intrigas e Opiniões conquista um honroso 5º lugar, ficando a frente da tradicional Rosas de Ouro. A escola da Vila Madalena conquistou no ano de 1979 sua melhor posição no Grupo Especial Paulistano. Outro fato que marcou foi a troca de passarela, saindo do Centro da cidade, passando para a Avenida Tiradentes em 1977. A pista então passava a ser maior com 732m, e mais larga, forçando as escolas a "ziguezaguear" durante os desfiles, marcando um jeito de evoluir bem paulistano. Outra vitória do Carnaval paulistano veio durante o programa Fantástico da TV Globo: No ano de 1978, o Paulistano da Glória vence o "1º Concurso Nacional de Sambas-Enredo", com "Epopéia da Glória", composto por Geraldo Filme, talvez um dos maiores compositores de samba do país. Já em 79 o concurso é vencido novamente por São Paulo, dessa vez com a representação da Nenê de Vila Matilde, com "Treze, Rei, Patuá". A década de 1970, mais uma vez marcou com a chegada da Sociedade Rosas de Ouro, escola do bairro da Vila Brasilândia, que nos anos 80 se firmaria como uma potência.






Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de samba Unidos do PERUCHE


No início da década de 50 o carnaval de São Paulo era pequeno, a escola que mais se destacava era a SRBE Lavapés que ganhou muitos títulos na época, mas essa invencibilidade de 15 anos foi quebrada no ano do IV Centenário de cidade. No ano de 1954, a Brasil de Santos foi convidada pelas escolas de São Paulo, graças a uma rixa que existia, de quem possuía o maior carnaval do estado, em termos de escola, e o que foi comprovado com a chegada da Brasil de Santos, fato que se repetiu em 1955 num empate com a Garotos do Itaim Paulista, em 1956 dois fatos que marcaram o Samba Paulista, o nascimento da Unidos do Peruche. E nesse mesmo ano as vencedoras num empate ferrenho vieram da Zona Leste, com a Garotos repetindo o caneco junto com a Nenê de Vila Matilde, nesse mesmo ano a "Águia Guerreira", (apelido carinhoso que os integrantes da Nenê chamam a agremiação), apresenta o primeiro samba-enredo, e um enredo construído na história de São Paulo. No ano seguinte foi a vez da Unidos do Peruche inovar, traz o primeiro casal de Mestre Sala e Porta Bandeira no Carnaval Paulistano. Entre 1958 e 1960 a Nenê conquista um tricampeonato.

Projeto Ilhas Verdes

Projetos que visam combater o aquecimento global e a redução de derrubada de árvores foram os principais assuntos no lançamento do Clube da Árvore, dentro do Programa Ilhas Verdes (PIV) nesta quarta-feira, dia 25. . Estiveram presentes os alunos do Núcleo de Cidadania Escola Estadual Celso Piva e integrantes do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) através do programa de educação ambiental “Guarulhos: Saneamento Ambiental e Qualidade de Vida”. Promovido pela Secretaria de Meio Ambiente, o evento foi realizado no Centro de Educação Ambiental (CEA) Virginia Ranali, no Bosque Maia.



A criação do clube tem por objetivo a conscientização e sustentabilidade da arborização urbana, assim como incentivar o plantio de mudas ao longo da cidade e minimizar o vandalismo nas áreas verdes. Ele também visa melhorar a saúde dos moradores da cidade, diminuir a remoção de árvores nas áreas prioritárias e combater as ilhas de calor que são formadas ao longo do município. A Revista Novitá é uma das apoiadoras do projeto, em parceria com a secretaria.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Kise, destacou a importância das parcerias que estão sendo feitas na cidade em busca de melhorias no cenário ambiental. “Os resultados que serão obtidos com a realização desses projetos somente se tornam viáveis com a participação de empresas privadas e instituições de ensino”, disse Kise, se referindo a parceria da Universidade de Guarulhos (UnG) na criação do Programa Ilhas Verdes (PIV), iniciado em 2008 com o intuito de combater o aquecimento global com medidas emergenciais de arborização em bairros da cidade.

Os membros do grupo receberão mensalmente um boletim via internet com informações do programa, como plantios, produção de mudas, parceiros e ações desenvolvidas e, ainda poderão propor ações e atividades com a participação do PIV. Para se tornar integrante do clube, basta doar uma muda de árvore nativa. O diretor e biólogo da secretaria de Meio Ambiente, Fábio Roberto Vieira destacou a responsabilidade dos membros do clube. “Cada integrante do Clube da Árvore será um agente sócio-ambiental multiplicador, orientando e recrutando cada vez mais pessoas interessadas em contribuir para uma cidade melhor arborizada”, afirmou Vieira.

Inteligência Emocional - Flávio Gikovate (vídeo)


Deitado em seu leito de morte, Salim chama o seu filho mais velho, tira um antigo relógio do bolso com dificuldade e diz:
- Filho... Está vendo este relógio aqui?
- Sim, papai... - responde o filho, com lágrimas nos olhos.
- Ele era do meu bisavô! - continuou o pai - Depois ele foi passado para o meu avô... depois para o meu pai... depois para mim... e agora chegou a sua vez... Quer comprar?








Grêmio Recreativo Escola de Samba TOM MAIOR

Depois do embarque do entrudo em terras brasileiras, a festa, que viria a se tornar o Carnaval, desenvolveu-se de forma diferente nos diversos lugares em que floresceu: na Bahia, de forma ligada aos fortes ritmos africanos; no Rio de Janeiro, já desde muito cedo organizado em sociedades, o embrião das futuras Escolas de Samba; em São Paulo, objeto do verbete, sob forte influência das populações que migravam do campo para a cidade, já no contexto da crise da economia cafeeira. Foi a população resultante do êxodo rural causado pela crise do café que desencadeou o início do Carnaval paulistano.

As comemorações carnavalescas e o próprio samba diferiam pouco do Rio de Janeiro para São Paulo, exceto por uma nítida diferença de andamento, ou seja, a grosso modo, de velocidade, de tempo da música. O sambista paulista, acostumado à árdua lida nas lavouras de café e migrando para a cidade para o trabalho operário, fazia o que Plínio Marcos denominou de "samba de trabalho, durão, puxado para o batuque", contrastando com o lirismo e a cadência do samba carioca. Além disso, o samba paulistano era decisivamente influenciado por outros ritmos fortemente percussivos, como o jongo-macumba, também conhecido por caxambu. Data dessa época o início da relação entre o Carnaval e o direito: a repressão policial sofrida pelos sambistas, feita de forma dura e descriteriosa. Os sambistas, não só no Carnaval, mas durante todo o ano, eram vistos como vagabundos, marginais que eram duramente perseguidos pelas autoridades.

Na periferia marginalizada de uma São Paulo em construção, o som retumbante dos batuques anunciava uma cultura imigrante que mais tarde influenciaria a cultura brasileira de forma definitiva. Os negros, últimas gerações de escravos do final do século XIX, resgatavam sua identidade perdida nos navios negreiros com o som dos seus instrumentos peculiares em um samba rural e popular, improvisado em meio às lavouras cafeeiras. Não eram poetas ou compositores, mas cantavam sua vida em ritmo dançante e contagiante. Quando os negros chegam das lavouras de café à capital após a instauração da Lei Áurea de 1888, trazem consigo toda a cultura musical do interior. A cidade não os aceita e eles partem para a periferia em um movimento urbanístico de marginalização. Nas fronteiras da cidade, eles constroem centros de resistência e terreiros onde podem desenvolver sua cultura.

A história do samba em São Paulo é feita de alguns grandes nomes. Um deles e talvez o primeiro é Dionísio Barbosa, negro da primeira geração de escravos livres que veio para a capital em busca de oportunidades como liberto. Aqui, foi para a Barra Funda, reduto negro da cidade.

Nascido em 1891, Dionísio uniu a expressão do interior paulista com a influência do samba do Rio de Janeiro, onde conheceu a Festa da Penha e todas as tradições carnavalescas cariocas. Em 1914, reuniu sua família e foi para as ruas festejar, cantar e tocar o samba que iniciou a tradição dos cordões. Já havia na cidade eventos carnavalescos, mas eram manifestações da classe rica e branca. O Cordão Barra Funda era o primeiro movimento cultural organizado dos negros, o primeiro cordão da cidade, algo pequeno, composto por 15 a 20 pessoas. No Cordão da Barra Funda, os homens ensaiavam e desfilavam pelas ruas vestidos com camisas verdes e calças brancas. Este movimento foi o embrião do hoje a.C.S.E.S.M. CAMISA VERDE E BRANCO, ressurgida como escola de samba em 4 de setembro de 1953. (fonte Jornal USP ano XXII no.790)

O surgimento do Carnaval paulistano ocorrido da forma descrita determina que a origem geográfica das manifestações de samba em São Paulo esteja ligada às zonas fabris, o que de certa forma explica que duas das mais tradicionais Escolas de Samba paulistanas da atualidade estejam localizadas em bairros de concentração operária: o Vai - Vai, na Bela Vista, e o Camisa Verde e Branco, na Barra Funda.

A tradição carnavalesca paulistana, além do chamado "Carnaval de Rua", consistente em bailes e brincadeiras populares pelas ruas da cidade, era centralizada na figura dos cordões, entre os quais destacavam-se justamente o Vae-Vae (grafía usada na época de fundação) e o Camisa Verde e Branco. A festa nas ruas e os desfiles de cordões ocorriam paralelamente e em harmonia, compondo o quadro cultural paulistano. Data de 1934 a primeira intervenção da Prefeitura Municipal de São Paulo no Carnaval, promovendo o primeiro desfile carnavalesco dos cordões existentes à época. Os cordões por longo tempo definiram a musicalidade da população operária paulistana, e neles é que se desenvolvia o samba paulistano.

Na década de 50, começaram a surgir as primeiras Escolas de Samba, claramente inspiradas nas sociedades de mesmo nome existentes do Rio de Janeiro. Os desfiles organizados entre tais entidades eram dominados pelas tradicionais Escolas de Samba Lavapés, Unidos do Peruche e Nenê de Vila Matilde, as mais antigas Escolas de Samba paulistanas, sendo está última a mais antiga já como escola. O primeiro desfile realizou-se no Ibirapuera, em 1955.

O marco definitivo das implicações jurídico-administrativas do Carnaval é a sanção, pelo Prefeito José Vicente Faria Lima (carioca, nascido em Vila Isabel e apreciador de samba), da Lei nº 7.100/67, destinada a regular a promoção do Carnaval pela Prefeitura Municipal de São Paulo, e regulamentada pelo Decreto nº 7.663/68. Essa lei, juntamente com a criação da Secretaria de Turismo e Fomento e as atividades por esta promovidas, encontrava-se num contexto de ampliação da atuação cultural da Municipalidade. Ainda como consequência desta política, foi idealizada no ano de 1968 e criada no ano de 1970 a Anhembi Turismo e Eventos da Cidade de São Paulo S/A, (hoje chamada de SPTuris) sociedade de economia mista de capital aberto, que atualmente tem 77% de suas ações em propriedade da Prefeitura Municipal de São Paulo. A Anhembi teria, no futuro, papel de destaque nas transformações pelas quais passou o carnaval paulistano.

A edição da lei acima referida iniciou o fenômeno denominado "oficialização do Carnaval". Embora aparentemente extremamente bem intencionada, a atuação da Prefeitura revelou-se desastrosa do ponto de vista cultural. Isso porque, embora o parágrafo único do artigo 1° da lei estipulasse vários investimentos públicos em infra-estrutura para acomodar festejos em vários pontos da cidade, além de instituir verbas e premiações, na prática os recursos foram destinados unicamente a organizar o desfile das Escolas de Samba, decretando, pela falta de incentivo e recursos, o fim dos cordões e da ligação do Carnaval paulistano com suas raízes culturais. Os cordões que sobreviveram tiveram de se submeter à lógica dominante a partir de então e se transformaram em Escolas de Samba (como os já citados Vai-Vai e Camisa Verde e Branco). Também fazia parte da "oficialização" a organização das Escolas de Samba em uma entidade representativa, a UESP – União das Escolas de Samba Paulistanas, que atualmente organiza as divisões inferiores dos desfiles carnavalescos.

Em decorrência disso, em 1968, ocorreu o primeiro desfile oficial das Escolas de Samba, realizado na Avenida São João, tendo se sagrado campeã a Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, com o enredo "Vendaval Maravilhoso", que falava sobre Castro Alves. A partir daí, e com o apoio da Prefeitura Municipal de São Paulo, que optou por dirigir sua atuação e captar capital privado por meio de sua entidade de administração indireta, a Anhembi S/A, o Carnaval não parou de crescer. Em 1977 o desfile foi transferido para a Avenida Tiradentes, onde eram construídas arquibancadas que comportavam (ainda que com pouca infra-estrutura) trinta mil pessoas.

Em 1986, a organização das Escolas de Samba passou a ser feita nos moldes atuais, com a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo – LigaSP. A LigaSP, de certa forma, substituiu a UESP, porém sem extingui-la, uma vez que a representação das agremiações tornou-se bipartite: as Escolas do Grupo Especial e do Grupo de Acesso (respectivamente a primeira e a segunda divisão) eram representadas pela LigaSP acima aludida; as Escolas dos grupos inferiores, bem como os blocos, pela UESP, que deixou de representar todas as Escolas como fazia desde a sua fundação. Em 1990, a Prefeita Luiza Erundina sancionou a Lei nº 10.831, que, de acordo com sua emenda "oficializa o Carnaval da Cidade de São Paulo, revoga a Lei n° 7.100/67, e dá outras providências". Esta lei acomete à Prefeitura, por meio do artigo 3°C/c artigo 2°, II, a responsabilidade de organizar o Carnaval, por meio da Anhembi S/A. A lei também reconhece e institucionaliza a representação das Escolas de Samba por meio de entidades associativas, que, desde 1986, funcionava da maneira acima descrita.

A lei n° 10.831/90 desencadeou a última mudança de endereço dos desfiles de Carnaval, que se deu em 1991, quando passaram a ser realizados no Polo Cultural Grande Otelo, uma grande passarela de mais de quinhentos metros construída na Avenida Olavo Fontoura, e popularmente conhecido por Sambódromo do Anhembi. Este local, de propriedade da Anhembi S/A, sedia os desfiles desde então, e nele ainda são realizados diversos eventos das mais variadas naturezas.

Temos, dessa forma, que a atuação administrativa da Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio de leis e decretos, e de seu órgão de administração indireta, interagindo com fatores históricos, sociológicos e antropológicos, determinou a forma atual do Carnaval paulistano, inclusive determinando o abandono de suas raízes culturais e musicais.

A partir de 2006 passou a vigorar dois títulos no Carnaval paulistano. O primeiro e mais importante título é o do Grupo Especial das Escolas de Samba, o outro título, passou a ser disputado apenas pelas escolas ligadas a torcidas organizadas de clubes de futebol, casos da Mancha Verde (ligada ao Palmeiras) e Gaviões da Fiel (ligada ao Corinthians), nascia assim o Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas. A intenção em 2006 era realizar apenas esse Grupo de Escolas Desportivas quando houvesse duas ou mais agremiações ligadas a clubes disputando o Grupo Especial do Carnaval, mas em 2007, mesmo com a presença apenas da Mancha Verde no Grupo Especial, o título foi mantido, dando o bicampeonato a torcida do Palmeiras, que levára o primeiro título desse novo grupo em 2006. Em 2008 o Grupo Especial das Escolas de Samba Desportivas deixou de existir, fazendo com que Gaviões da Fiel e Mancha Verde voltassem a disputar com as outras escolas o título do Grupo Especial no carnaval de 2008.

E depois de vários anos, sem sair do papel o Carnaval de São Paulo ganhará com previsão de término em 2012, a Fábricas de Sonhos nos mesmos moldes da Cidade do Samba, no carnaval carioca. que reunirá os barracões das principais escolas de samba do carnaval. O carnaval é muito importante, para todos os brasileiros e até para os turistas de outros países,o caranaval é a imaginação,sonho,amor e muita alegria para todos.

Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Unidos de VILA MARIA

O descobrimento de Vila Maria e os portugueses d'além Tietê

A diversidade forma uma população de mais de 300 mil pessoas em uma área de 16,4 km² na Subprefeitura de Vila Maria / Vila Guilherme, descoberta e colonizada por portugueses, com história de conflitos e impasses.

Quando os portugueses atracaram suas caravelas às margens do rio Tietê, em meados do século 20, a Vila Maria era muito diferente do que é hoje: a travessia do rio era feita através de uma ponte de madeira, as ruas não tinham calçamento e era possível pescar no rio e nas lagoas que mais tarde foram aterradas.

A Vila Maria foi fundada em 1917, com o loteamento realizado pela Companhia Paulistana de Terrenos. O nome teria sido dado em homenagem à esposa de um dos antigos proprietários daquelas terras. As ruas do bairro receberam os nomes dos diretores e corretores da Companhia Paulista de Terrenos, como Guilherme Cotching, Thomaz Speers, Antônio da Silva e Eugênio de Freitas.

Até 1918, a travessia do rio Tietê para se chegar à Vila Maria só era possível de barco. Naquele ano foi construída uma ponte de madeira. Mas os barcos continuaram sendo de grande utilidade, já que as inundações eram freqüentes na região. Por essa mesma época começaram a se formar os outros dois bairros que hoje dão nome aos distritos que compõem a Subprefeitura Vila Maria/Vila Guilherme. A Vila Medeiros surgiu do loteamento, em 1924, da fazenda que a família Medeiros de Jordão adquiriu em 1909. A Vila Guilherme foi fundada no mesmo período, quando Guilherme Praun da Silva adquiriu 115 alqueires que haviam pertencido ao barão de Ramalho. Guilherme loteou as terras e deu os nomes de seus familiares e amigos às ruas do bairro.

Portugueses
Entre as décadas de 1930 e 1970, a região recebeu um grande número de imigrantes portugueses, que imprimiram muito de suas características à Vila Maria. A presença lusitana também pode ser observada nos outros dois distritos que formam a subprefeitura.

Marcolino Augusto Duque, 71 anos, é um dos tantos portugueses que migraram de Portugal para a Vila Maria e acompanhou de perto a transformação da região em um dos mais tradicionais redutos portugueses em São Paulo. Atracou sua caravela na Vila Maria em 1951 e integrou-se rapidamente à região, onde teve um empório. Calcula que à época de sua chegada, cerca de 70% da população era portuguesa. Hoje, ele estima que essa população represente menos de 20% do total: “Falávamos que a capital de Portugal era a Vila Maria”.

Quando Marcolino chegou à Vila Maria, a Sociedade Paulista do Trote estava em pleno funcionamento na vizinha Vila Guilherme, e como era costume entre os portugueses, ele passou a freqüentar os páreos. Anos mais tarde, já na década de 1990, tornou-se presidente da sociedade.

No trote, o cavalo dispara puxando o sulky, uma charrete muito leve, de madeira e com rodas do tamanho das de bicicletas para adultos. Durante uma corrida, o animal que mudar a andadura (no caso, deixar de trotar) é desclassificado. As apostas são feitas como no turfe.

O auge do trote
Marcolino mantém vivas as lembranças daquele tempo: “Um páreo naquele tempo era emocionante, a maioria só se resolvia no olho mecânico”. Na década de 1970, a Sociedade do Trote recebia um público de 10 mil pessoas e era freqüentado pela alta sociedade paulistana. A sociedade chegou inclusive a formar um time de futebol: o Trote Futebol Clube.

O trote foi instituído pelos portugueses. Antes mesmo da fundação da sociedade, em 1944, padeiros, sacareiros e mercadores portugueses já praticavam o trote na região, com suas carroças. Com a participação dos italianos fundaram a sociedade em 1944. Nos últimos anos, as provas já não atraíam tanto público quanto na sua época áurea. O espaço foi se degradando, devido ao que Marcolino define como um processo de desapropriação mal feito, iniciado ainda na administração de Jânio Quadros (1983-1986) e que acabou se estendendo por muito tempo. Essa degradação faz com que Marcolino aprove a destinação que a administração municipal está dando à área onde eram realizados os trotes. Os trotes já não acontecem mais lá desde 2002. Agora, a subprefeitura está transformando o espaço em uma grande área verde, o Parque do Trote, para oferecer lazer à população. Ainda falta muito para que o parque possa ser utilizado pela população, mas a proposta para o espaço ficou clara no último dia 8 de outubro, quando o local foi palco de um casamento coletivo que celebrou a união de 82 casais da região. O subprefeito de Vila Maria explicou nesse dia que esta é uma forma de fortalecer os laços e ao mesmo tempo estruturar famílias. A iniciativa beneficiou pessoas de baixa renda do Parque Novo Mundo, Vila Curuçá, Cidade Nova, Vila São João e Vila Nova Tietê.

Gente como Cecília da Costa, que explica: "Esta história de só morar junto não me contentava. As pessoas olham ‘torto’ quando a gente não está casado no papel". Ou como Gilvania Domingos da Costa, que, passados alguns dias do casamento, exibia orgulhosa seu álbum de casamento aos seus vizinhos no Parque Novo Mundo. No Parque Novo Mundo encontramos a artesã Virgínia Américo Teixeira, 53 anos – todos vividos na Vila Maria, uma das madrinhas do casamento coletivo. Além de exercer sua função de artesã, ela também atua como tesoureira da União de Moradores de Vila São João.

Mistura de raças
Virgínia, que é pedagoga por formação e já trabalhou na alfabetização de adultos, dedica boa parte de seu tempo ao trabalho com a entidade. Seu esforço, como o de muitos outros, se justifica: um dos principais problemas enfrentados pela região é o grande número de favelados – cerca de 50 mil de seus habitantes não possuem condições dignas de moradia. A conversa com Virgínia aponta para outras peculiaridades da região - que é uma espécie de microcosmos da cidade de São Paulo e do Brasil. Há mistura de raças: na Vila Maria, havia até uma pequena colônia de húngaros, hoje misturados à população. Da conversa com Virgínia também emerge uma outra Vila Maria, a mesma que Marcolino encontrou quando chegou de Portugal, mas vista pelos olhos de quem nasceu e passou a infância no bairro. Ela lembra das dificuldades que seu pai, oficial de farmácia, enfrentava para realizar seu trabalho. “Na época, inundava muito. Para atender alguém, ele ia de barco, tinha que dormir na casa do paciente”. Ela conta também que a farmácia de seu padrinho, onde seu pai trabalhava, funcionava como uma espécie de pronto-socorro, onde trabalhavam o farmacêutico, o médico e o dentista. Era ali que ficava um dos únicos carros da época, utilizado nos casos de emergência. Os outros três automóveis do bairro eram de propriedade dos dois médicos e do farmacêutico. Virgínia ainda questiona um dos principais mitos com relação à Vila Maria. O bairro ficou conhecido nacionalmente como um forte reduto janista. Isso porque em 1955, o prefeito Jânio Quadros foi eleito governador com o apoio do bairro – um reconhecimento pelas obras que Jânio Quadros realizou por lá, inclusive dando início à construção da ponte da Vila Maria, inaugurada um ano depois. Mas, segundo Virgínia, classificar a Vila Maria como reduto janista não é toda a verdade. De acordo com ela, o que havia era uma disputa entre janistas e ademaristas – partidários de Adhemar de Barros, ex-prefeito da capital e ex-governador de São Paulo. Ela acredita que isso tenha ajudado no progresso da região, porque os dois governantes acabaram contribuindo para o progresso de Vila Maria.

Progresso que, na visão do advogado Roberto Carvalho da Mota, presidente do Rotary Club da Vila Medeiros, estagnou. Mas ele acredita que, apesar disso, ainda há espaço para o crescimento da região. Dono de grande acervo de documentos sobre toda a área, ele se define como um “museu vivo”, o que se justifica não só pelos seus registros, como também pelas histórias que detém na memória. Roberto planeja colocar à disposição seu material para a população em breve, através do Museu de Vila Maria. Por enquanto, parte de seu material e de suas informações podem ser consultadas na internet, em seu site.

As paixões na Vila Guilherme
O casal Fernando e Felizbella Cambler, ambos de 73 anos, moradores da Vila Guilherme, também tem muitas histórias para contar. Felizbella nasceu e morou no bairro durante toda a vida. Com o casamento, Fernando acabou indo para o bairro: uma paixão levou à outra. Felizbella foi professora e diretora da Escola Municipal Rui Barbosa, a primeira escola municipal da Vila Guilherme, e Fernando foi diretor dessa mesma escola e depois foi Supervisor de Ensino da região. Uma das mais célebres histórias da Vila Guilherme conta que fica ali uma casa que Dom Pedro I utilizava para se encontrar com a Marquesa de Santos. Ainda que se tenha comprovado que não passa de lenda, a história ganhou fama entre os moradores da região.

Desde que os portugueses descobriram a Vila Maria, o bairro se transformou consideravelmente. Hoje, o local é considerado de média densidade comercial, com um grande volume de pequenos comerciantes, transportadoras e prestadores de serviços. O bairro está todo urbanizado. E os problemas com enchentes parecem ter ficado no passado, graças à retificação e ao desassoreamento do rio Tietê. E se, no passado, a grande maioria da população era de portugueses, com o passar dos anos outras raças migraram para a região. Hoje, é grande a presença de imigrantes do norte, do nordeste e da Bolívia.

Essa diversidade de povos forma uma população de mais de 300 mil pessoas, distribuídas por uma área de 16,4 km². A Vila Maria foi descoberta e colonizada por portugueses; tem uma história de conflitos e impasses; nas suas favelas, estão as senzalas de hoje. Brasil em miniatura, a Vila Maria tem esperança no futuro.

Grêmio Recreativo Cultural Social VAI VAI


A cidade de São Paulo possui cerca de 200 Agremiações Carnavalescas entre Escolas de Samba e Blocos (atuantes e extintas). As mais tradicionais e mais vencedoras formam uma lista de 6 escolas: Nenê de Vila Matilde, Vai-Vai, Camisa Verde e Branco, Unidos do Peruche, Mocidade Alegre e Rosas de Ouro. A primeira dentre essas que surgiu como escola de samba foi a Nenê de Vila Matilde, a segunda escola da cidade (atrás apenas da Lavapés que é de 37). Fundada em 1949, foi responsável pela popularização do carnaval de São Paulo nas décadas de 50 e 60. É a segunda escola em número de títulos, com 11 no total. É tradicionalmente defensora de sua região de origem, a Zona Leste, onde possui uma enorme torcida.

O Vai-Vai, foi fundado como cordão em 1930. Atualmente é a Agremiação mais antiga da cidade, mas há controvérsias, existem pessoas que dizem que a escola do bairro da Bela Vista, mais conhecido como Bixiga, teve sua fundação um pouco mais tarde, já os componentes dizem que a escola é mesmo de 1 de Janeiro de 1930. Essa escola é a que mais venceu o carnaval em São Paulo, com 14 vitórias e tem a maior torcida.

O Camisa Verde e Branco surgiu em 1914 como grupo carnavalesco e se tornou cordão (assim como o Vai - Vai) na década de 1930, mas foi extinto. Ressurgiu em 1953 com o nome de Cordão Carnavalesco Camisa Verde e Branco. O nome dessa escola tradicional do bairro da Barra Funda se originou das vestimentas dos componentes de cordão que sempre desfilavam de camisas verdes e calças brancas, o Camisa Verde ganhou 9 títulos do carnaval de São Paulo.

A Unidos do Peruche nasceu como escola de samba, e desfilou sempre entre as grandes da cidade. Possui 5 títulos e foi pioneira na Zona Norte da Cidade. Fundada em 1956, é muito respeitada apesar da má fase em que se encontra e é uma das escolas com maior número de vice-campeonatos. Mocidade Alegre e Rosas de Ouro, foram fundadas em 1967 e 1971 respectivamente, ambas como blocos carnavalescos. São duas grandes escolas da Zona Norte da cidade, a primeira do Bairro do Limão e a segunda nasceu na Vila Brasilândia, mas hoje fica no bairro ao lado, a Freguesia do Ó. Ambas agremiações possuem 7 títulos.

Outras escolas de samba também tradicionais porém,que lutam para voltar ao Grupo especial e se firmar são: Barroca Zona Sul, Imperador do Ipiranga, Morro da Casa Verde, Acadêmicos do Tatuapé e Leandro de Itaquera.

A Unidos de Vila Maria é uma escola tradicional do passado e se firmou entre as grandes novamente após algum tempo em outros grupos. A Vila Maria obteve mais sucesso nessa jornada por enquanto.

A X-9 Paulistana em 15 anos seguidos de Grupo Especial conquistou torcida, títulos e muitos simpatizantes, e hoje é considerada uma das grandes.

Acadêmicos do Tucuruvi, Águia de Ouro, Pérola Negra e Tom Maior fazem grandes carnavais no grupo especial paulistano, possuem muitos simpatizantes e essas agremiações realizam belissimos desfiles, são até tidas em muitas vezes como favoritas, mas até agora nunca levaram o caneco para casa. Colorado do Brás, Flor da Vila Dalila, Unidos de São Miguel, e Acadêmicos do Ipiranga são escolas tradicionais que já foram maiores, e hoje amargam fases ruins.